Programa Lar Legal MS é lançado em Dourados durante reunião na prefeitura
O Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva, representante do Poder Judiciário nas ações referentes ao Programa Lar Legal MS, esteve na manhã desta sexta-feira, dia 21 de julho, no gabinete da Prefeitura Municipal de Dourados para discutir ações concernentes ao referido programa, que visa garantir a dignidade e a segurança jurídica da população, com a promoção da regularização fundiária e valorização das moradias.
Na reunião com o prefeito Alan Guedes estiveram também o juiz Cesar de Souza Lima, diretor do Foro de Dourados; o juiz Vitor Dias Zampieri, da 1ª Vara Cível de Fátima do Sul; a secretária municipal de Assistência Social, Daniela Weiler Wagner; o procurador-geral do Município, Paulo César Nunes da Silva; os vereadores Jânio Miguel, Maurício Lemes, Tio Bubi e Marcão da Sepriva; além de representantes da Agehab.
De acordo com o Des. Luiz Tadeu, as perspectivas quanto ao desenvolvimento da proposta naquele município são muito boas porque o Executivo local deve migrar para o Lar Legal MS. “A demanda em Dourados é de 10 a 15 mil moradias e, a partir de setembro, as ações devem começar a ser ajuizadas. Foi um lançamento bem positivo e acreditamos que obteremos bons resultados para a população”, disse o magistrados.
Saiba mais – Desde que assumiu a presidência do TJMS, o Des. Sérgio Fernandes Martins adotou providências para a implantação do programa Lar Legal MS. O programa foi normatizado por meio do Provimento nº 488/2020, quando o magistrado ocupava o cargo de Corregedor-Geral de Justiça.
A intenção do presidente do TJMS é levar o programa a todos os municípios sul mato-grossenses, pois a proposta tem como referência a experiência de sucesso implantada em Santa Catarina há mais de 20 anos.
Para instituir o Lar Legal MS, a Corregedoria realizou estudos demonstrando que o TJMS, por meio de legislação própria, seria capaz de criar o mecanismo ideal para instrumentalizar a regularização fundiária no Estado concedendo a titulação de moradias carentes de legalidade jurídica.
A Corregedoria-Geral de Justiça também considerou que a irregularidade do imóvel em que muitas famílias vivem, em especial de baixa renda, retira dessas mesmas pessoas a qualidade de efetivos cidadãos incluídos na ordem jurídica, além de ofender os fundamentos da República estabelecidos na Constituição Federal, bem como impossibilitar a concretização de vários dos direitos fundamentais.
Por isso, o provimento estabeleceu como principal preocupação garantir o reconhecimento do domínio sobre imóvel urbano ou urbanizado, integrante de loteamento ou desmembramento (fracionamento ou desdobro) não autorizado ou executado sem a observância das determinações do ato administrativo de licença, localizado em área urbana consolidada, implantada e integrada à cidade, excluídas as áreas de risco ambiental ou de preservação permanente, em favor de pessoas preponderantemente de baixa renda.
Assim, com o programa Lar Legal, famílias que têm sua residência vista como irregular diante do poder público e da sociedade, vivendo sob a sombra da insegurança jurídica e da fragilidade de sua permanência no lar, terão a oportunidade de regularizar sua situação.
O pedido de reconhecimento do domínio do imóvel será especial de jurisdição voluntária e poderá ser formulado ao juiz de direito com competência em registro público, pelo município, pela associação de moradores, devidamente autorizada pelos representados, ou pelos interessados.
Ao fim do procedimento, o juiz proferirá sentença, na qual não está obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que reputar mais conveniente ou oportuna. Caso acolha o pedido, o magistrado deverá declarar adjudicada ou adquirida a propriedade dos imóveis pelos requerentes e incorporadas ao patrimônio público as vias e áreas públicas, sem prejuízo de eventuais direitos de terceiros ou isenção de responsabilidades dos proprietários, loteadores ou do poder público ou da adoção de outras medidas, cíveis, criminais ou administrativas, contra os faltosos.
No caso de acolhimento, a sentença deverá reconhecer, prioritariamente, o domínio do imóvel em nome do casal ou da mulher, e ser transcrita, mediante mandado, no registro de imóveis. O setor responsável pelo Programa Lar Legal MS, com o auxílio do diretor do foro local, irá retirar a certidão no ofício do registro de imóveis com a averbação da sentença na matrícula do imóvel e efetuar sua entrega ao titular da propriedade.
Por Comunicação TJMS